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Crítica da Semana: A final do The Voice Brasil e o furacão Ellen Oléria





Hoje chegou ao fim a primeira edição do The Voice Brasil, que não poderia ter campeã melhor do que a Ellen Oléria, que desde a apresentação de Zumbi na audição mostrou que seria uma forte concorrente.
Entretanto, não podemos esquecer que havia outros bons cantores nessa edição, como Lorena Lessa, Alma Thomas (que deveria estar no lugar do Danilo Dyba hoje), Greicy Schwendner, Patrícia Rezende, Ana Rafaela, Mira Callado, Dani Morais, Liah Soares, Maria Christina e vários outros talentos nesse programa, mas, sinceramente, nenhum digno de vencer a mulher que teve a ousadia de cantar uma música consagrada na voz de Elis Regina em uma semifinal. Mas, também é preciso falar do técnicos e, principalmente, das apresentações que os finalistas fizeram hoje. 
A primeira finalista a subir no palco foi Maria Christina, cantando a música A namorada, um grande sucesso de Carlinhos Brown. Apesar de saber que ela é uma boa cantora, eu nunca tive uma simpatia tão grande assim por ela primeiro porque concorreu com a Ellen na batalha (e se saiu muito bem mesmo concorrendo com a voz mais poderosa do programa) e, além disso, eu não achei muito justo alguém que ficou em 3° lugar no Ídolos poder chegar na final de outro programa do mesmo gênero. E isso sem contar que ela ajudou a derrubar duas das minhas cantoras preferidas do time do Lulu Santos (Lorena e Patrícia) ao ser salva pelo público em uma das apresentações ao vivo.
Agora voltando a apresentação de hoje, apesar dos motivos que eu tenho para não morrer de amores pela Maria Christina, eu acho que o Lulu Santos fez uma boa escolha ao mandá-la para a final em vez da Késia, pois ela, além de cantar melhor, escolheu uma boa música.
Já a segunda a se apresentar foi a Késia Estácio, também do time do Lulu Santos. É incrível como de todos os ótimos participantes que o Lulu tinha no time desde o início do programa, tenha sobrado justamente aquela que eu nunca gostei, pois a Maria Christina era do time do Brown no início do programa. Hoje a Késia até que melhorou um pouco cantando Sinais de Fogo, mas realmente não dava para ela disputar a preferência do público representando o time de Lulu e muito menos vencer o programa.
Após a apresentação do time de Lulu, foi a vez do time de Daniel se apresentar, começando por Danilo Dyba. Esse é outro que eu também nunca gostei, principalmente porque além de cantar músicas de Luan Santana e outros cantores do Sertanejo Universitário, venceu cantores com vozes muito melhores do que a dele, como, por exemplo, Natálie Mendes, Alma Thomas e Júnior Meirelles, que deveria ter sido escolhido pelo Daniel no domingo passado quando concorreu com o Danilo. Apesar de eu já ter deixado claro que achei um erro a classificação do Danilo para a final, tenho de admitir que ele fez duas grandes escolhas de repertório nas apresentações passadas, cantando Casa, de Lulu Santos, e Romaria, composta por Renato Teixeira e imortalizada na voz de Elis Regina.
Depois do Danilo, se apresentou Liah Soares, que apesar de eu gostar e apostar que estaria na final desde as audições, achei que a voz dela ficou um pouco “enjoada” em algumas músicas, como na batalha, cantando Coisas que eu sei, mas nada que não a fizesse merecer a vaga na final. Na semana retrasada, ao ter coragem de interpretar a eternamente clássica Asa Branca, Liah mostrou que pode ser mais do que um rostinho que lembra a Sandy em alguns momentos, sendo também corajosa ao escolher para seu repertório músicas como esse clássico de Luiz Gonzaga e também outras músicas bem famosas, como Tempo Perdido, de Renato Russo, Se você pensa, de Roberto Carlos e As rosas não falam, do mestre Cartola.
E hoje, saiu-se muito bem cantando Pra ser sincero, sucesso da banda Engenheiros do Hawaii, provando que o público fez a escolha certa ao salvá-la três vezes na semifinal e também que realmente merecia ser a finalista do time de Daniel.
Em seguida, apresentou-se o time de Cláudia Leitte, que de todos era o time que eu menos gostava por não ter nenhuma voz realmente poderosa, principalmente depois da eliminação de Grace Carvalho. A primeira do time a se apresentar foi Thalita Pertuzatti, que cantou Quem de nós dois, sucesso de Ana Carolina.
E depois da Thalita, subiu ao palco Ju Moraes, que eu acho sinceramente que não devia estar nem entre os 8, pois faz mais caras e bocas do que canta, mas, apesar disso, até que eu gostei da apresentação dela hoje cantando A menina dança, sucesso do grupo Novos Baianos.
E por último, o time de Carlinhos Brown, que reuniu algumas das melhores vozes desse programa. Confesso que depois da polêmica decisão de Brown por Ludmillah na semana passada, eu fiquei com medo de que ele a escolhesse de novo sem levar em conta o talento incontestável da Ellen. Entretanto, felizmente isso não aconteceu. Apesar da Ludmillah Anjos não ser uma cantora ruim, ela tem um sério problema (que inclusive é o mesmo de alguns que passaram pelo programa): grita demais. Não dá pra passar a música inteira berrando, sem contar que escolher uma música do naipe de O canto da cidade para a final foi uma tentativa clara de tentar convencer o técnico e o público a escolhê-la só por ter cantado uma música de altíssimo apelo popular.
Curiosamente, a última a se apresentar nas duas partes do programa de hoje foi justamente a campeã, Ellen Oléria. Foi simplesmente maravilhoso saber que ela ganhou não por carregar estereótipos que geralmente transformam participantes em campeões de reality shows, mas sim porque realmente tinha o elemento principal desse programa, a voz. Ela não precisou bancar a discriminada por causa de gordura, condição social ou sexualidade para ser a vencedora do The Voice, porque todo mundo pode ver o talento dela desde o dia que cantou Zumbi na audição e todos os técnicos se viraram!
E hoje, apesar de Anunciação não ter tido todo o impacto das interpretações brilhantes de Maria Maria (ela devia ter cantado essa hoje pra matar todo mundo do coração) ou de Canto das três raças, é claro que dessa vez Carlinhos Brown fez uma escolha mais do que correta de levá-la para a final.
Na segunda parte do programa, na qual as quatro remanescentes (Ju Moraes, Maria Christina, Liah Soares e Ellen Oléria) disputavam de fato o primeiro lugar, a primeira a se apresentar foi Maria Christina. Apesar de a apresentação dela cantando Eu comi a Madonna não ter sido tão ruim assim, teria sido melhor ter deixado para cantar hoje a música Me Adora, da Pitty.        
Depois da representante de Lulu Santos, Liah Soares mais uma vez provou sua ousadia ao cantar (muito bem, diga-se de passagem) Tente outra vez, do grande Raul Seixas, defendendo muito bem o time de Daniel.
Em seguida, Ju Moraes decepcionou muita gente ao cantar Verdade, sucesso de Zeca Pagodinho, depois de interpretar uma música dos Novos Baianos na primeira parte do programa, mas não a mim. Por incrível que pareça, hoje eu gostei das duas apresentações dela, principalmente da última.
E por último, assim como na audição, Ellen Oléria trouxe novamente uma música de Jorge Ben Jor para transformá-la na grande campeã do The Voice Brasil. Desta vez, cantando Taj Mahal, ela conseguiu dar um show muito maior do que quando cantou Zumbi lá no início do programa, mostrando mais uma vez o motivo de estar entre as finalistas e também o quanto sua vitória foi merecida.
Espero que a segunda temporada do The Voice Brasil seja tão incrível quanto a primeira, que além de nos trazer grandes cantores e dar a oportunidade de ver Lulu Santos todo domingo na televisão, também me apresente (ou me faça relembrar) tantas músicas maravilhosas. 

Comentários

  1. Falar que a Maria Cristina é melhor que a Késia só mostra o quanto vc é ignorante! Essa "garota" chegou a final pelas mãos do público gay, já a késia é fantástica, o Lulu foi plítico apenas, e decepcionou bastante!!

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  2. Cada um tem a sua opinião, então não venha me chamar de ignorante sem nem ao menos me conhecer pra início de conversa.
    E sim, eu acho que a Maria Christina é melhor que a Késia (embora não goste de nenhuma das duas), mas acho que dizer que ela foi pra final só por causa do público gay é no mínimo preconceito, dá a impressão que você acha que só porque é gay não pode ter talento!

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  3. Ela tem talento pro Idolos da rede Recópia, o nível do The Voice não é pra ela! Não sei se você prestou atenção, mas o objetivo era escolher a melhor voz e não quem fosse mais popular! Precisa ser muito surdo pra preferir a voz da Maria a da Késia. O Lulu foi político apenas, agradou aos leigos, causou repulsa em quem tem a audição perfeita e julga o talento do artista!

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  4. Não só prestei atenção como votei em quem de fato eu acho que tem a melhor voz (e que por acaso venceu o programa). Eu nunca assisti ao Ídolos exatamente por odiar a Recópia, mas pelo que eu já ouvi dizer não é lá grande coisa.
    Quanto à escolha do Lulu, uma coisa que eu tenho que concordar com você é que ao eliminar a Késia, ele não mandou ninguém do time dele de fato a final, pois a Maria Christina era do time do Brown no início. Então se for analisar por esse lado, a eliminação da Késia realmente não foi uma atitude tão inteligente.
    E quanto a história da popularidade, ficou visível em vários momentos do programa que estavam preferindo o mais popular, como na ocasião da eliminação da Mira Callado, que cantava melhor do que a Ludmillah e acabou eliminada.

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  5. Acho que a Elen e os outros candidatos são o que o programa tem de melhor. Venho tentando gostar do todo, mas mnha opinião se parece mais com esse aqui http://cabinecultural.com/2013/12/16/bons-candidatos-salvam-edicao-do-the-voice-brasil/ já que ainda me irrito bastante com os jurados. Pra nossa sorte ainda temos Dom Paulinhos e outros nomes para me fazer esquecer do resto

    Jose do Sacramento

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    Respostas
    1. É verdade José, eu li a opinião do link que você passou e concordo com praticamente tudo o que está escrito. Esse ano eu escrevi sobre a nova temporada, mas só da parte do Tira-Teima, porque achei ruim demais. o link é esse aqui: http://vitrinempb.blogspot.com.br/2013/12/critica-da-semana-voice-e-decepcao-do.html
      E depois do que aconteceu com Dom Paulinho, nem sei se vou fazer um texto sobre a final do programa.

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