Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2012

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Como Nossos Pais Eu aprendi muita coisa nesses 30 dias em que passei falando sobre músicas que são tão importantes para Música Popular Brasileira. Algumas eu não fazia ideia de como foram criadas, como, por exemplo, é o caso de Arrastão, Atrás da Porta, Águas de Março e Carinhoso, enquanto outras, como These Are The Songs, Doce de Pimenta, Alô Alô Marciano, Aquele Abraço e outras eu já conhecia a história há algum tempo. Além de compreender melhor essas músicas, eu também tive a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre os compositores e me aprofundar mais nas circunstâncias em que Elis se encontrava tanto na carreira quanto na vida pessoal quando as gravou. Eu guardei essa música para ser a última postagem da série 30 músicas de Elis Regina que entraram para a história por ser sem dúvida a mais famosa de seu principal show, o Falso Brilhante , e que a maioria das pessoas sabe a letra praticamente inteira. Como tanto a expectativa do primeiro quanto a do último post de uma

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Me Deixas Louca A música do mexicano Armando Manzanero, cuja versão que conhecemos foi feita por Paulo Coelho, foi a última música que Elis Regina gravou, em 1981, quando Daniel Filho pediu para que ela gravasse o bolero para fazer parte da novela Brilhante, de Gilberto Braga. Me Deixas Louca foi o tema do casal de protagonistas Luiza e Paulo, interpretados por Vera Fischer e Tarcísio Meira respectivamente, os quais no fim da novela fizeram uma homenagem a Elis, que havia morrido há pouco mais de dois meses. Curiosamente, o clipe dessa música, que Elis Regina gravou em 3 de dezembro de 1981 para o Fantástico, só foi ao ar depois de sua morte, em janeiro de 1982, com a desculpa de que a gravação não havia agradado a direção da emissora pelo fato de eles terem considerado que ela estava visivelmente enfraquecida. Além de fazer parte da trilha sonora da novela Brilhante, Me Deixas Louca também fez parte do LP Trem Azul, lançado somente após a morte da cantora. O vídeo abaixo

Semana Tom Jobim

Desafinado Até hoje considerada um clássico da Bossa Nova pela interpretação de João Gilberto e uma letra considerada diferente para os padrões da época, a música foi composta em 1958 por Tom Jobim e Newton Mendonça, que tem fama de ser o injustiçado da Bossa Nova. Apesar de ter sido um dos precursores e mais importantes letristas do movimento, Newton nunca teve o reconhecimento histórico que merecia, vindo a ganhar uma biografia somente muitos anos após sua morte, em novembro de 1960, aos 33 anos. Agora, uma curiosidade: Newton Mendonça foi o responsável por imortalizar em Desafinado a câmera fotográfica Rolley-Flex, e essa homenagem tem uma história bastante incomum: O verso foi inspirado em um momento maternal de sua esposa, que dava mamadeira ao filho do casal quando foi fotografada pelo marido, com quem estava brigada há uma semana por ter dado uma palmada no filho, pois este chorava insistentemente de madrugada. A foto, feita com uma câmera Rolley – Flex que Newton havia co

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Arrastão   Considerando o fato de que Arrastão foi o primeiro grande sucesso de Elis Regina, é claro que ela tinha que ter um lugar entre as 30 músicas da cantora que entraram para a história. De Edu Lobo e Vinícius de Moraes, essa música nasceu em uma festa na casa da família Caymmi (criada em um lugar como esse, só podia se transformar no sucesso que foi), quando se cantava o trecho “Temporal”, terceira parte da “História dos Pescadores”. Ao improvisar contracantos para os nomes dos pescadores, Edu Lobo percebeu que estava nascendo uma nova música sob a inspiração do mestre Caymmi, e então ele guardou a ideia, completou a música depois e mostrou a Vinícius quando este voltou de viagem. Como o poetinha não gostava de trabalhar com gravação de fita, ele foi fazendo a letra, enquanto Edu Lobo tocava a música ao violão. E assim surgiu aquela que, embora simples, foi precursora da Música Popular Moderna, cuja sigla era MPM. Entretanto, apesar de ser uma novidade na Música Popula

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

O Bêbado e a Equilibrista Essa música, eternizada na história da Música Popular Brasileira como o hino da anistia, foi composta por João Bosco e Aldir Blanc e lançada em 1979 pelo primeiro no mesmo ano, no LP Linha de Passe. A música, que era uma homenagem a Charles Chaplin, que havia morrido em Dezembro de 1977, pedia também pela volta do sociólogo Betinho, irmão do cartunista Henfil que exilado desde 1971 por ser um ativista político. Aliás, uma curiosidade: O Bêbado e a Equilibrista se tornou um ícone da MPB pela voz da mesma Elis Regina que Henfil enterrou em sua coluna “Cemitério dos Mortos Vivos” por ela ter cantado o hino nacional na abertura das Olimpíadas do Exército de 1972, o que lhe rendeu uma dura crítica do cartunista no jornal O Pasquim. O que ele não sabia é que Elis tinha sido ameaçada para fazer isso: Ou cantava nas Olimpíadas ou seu filho, João Marcelo, de 2 anos, iria sumir. Anos depois, Elis e Henfil se tornaram amigos, e a interpretação dela pe

Semana Tom Jobim

Samba do Avião Podemos dizer que a história dessa música é no mínimo curiosa. Para quem não sabe, o compositor do Samba do Avião, Tom Jobim, tinha pavor de andar de avião, mas foi obrigado a entrar em um em 1962, quando foi convidado para cantar no concerto da Bossa Nova no Carnegie Hall, na cidade de Nova York. Além de Tom Jobim, outros brasileiros conhecidos que faziam parte da turma da Bossa Nova, como por exemplo, João Gilberto, Agostinho dos Santos, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Luís Bonfá e Sérgio Mendes também se apresentaram no evento. A música, mais do que uma declaração de amor ao Rio de Janeiro e alegria de voltar para sua terra natal (Tom nasceu na Tijuca, Zona Norte do Rio), era na verdade um alívio por voltar são e salvo e saber que “dentro de 1 minuto estaria no Galeão”, ou seja, em terra firme. Curiosamente, esse mesmo aeroporto Galeão que Tom Jobim citou em sua música, foi rebatizado em 1999, quase 5 anos após sua morte, de Aeroporto Internacional do Rio de Ja

Semana Tom Jobim

Chega de Saudade Além de um ser o título de um disco antológico para a MPB por ser o lançamento oficial da Bossa Nova e o primeiro LP de João Gilberto, em 1959, Chega de Saudade é também o nome de uma música, composta por Tom Jobim e Vinícius de Moraes. A música foi gravada primeiramente por Elizeth Cardoso em seu LP Canção do amor demais, cujas canções eram da dupla Tom Jobim e Vinícius de Morais e que contava com a participação de João Gilberto ao violão nas músicas Chega de Saudade de Outra Vez. A gravação da canção feita por Elizeth Cardoso em 10 de Julho de 1958, com arranjos de Tom Jobim, se tornou conhecida como o primeiro registro fonográfico daquilo que mais tarde se tornaria a Bossa Nova. Apesar de ter sido ser gravada por outros cantores, Chega de Saudade ficou conhecida mesmo foi na voz de João Gilberto, que soube dar um tom intimista na medida certa à música, que inaugurou a era de “o amor, o sorriso e a flor”. Ele lançou a música inicialmente em um compacto simp

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Conversando no Bar A música, que é mais uma da vitoriosa parceria de Milton Nascimento e Fernando Brant, falava sobre as lembranças que a companhia aérea Panair do Brasil deixou na memória de seus funcionários e também de todos que utilizavam seus serviços, que foram interrompidos abruptamente em 1965, pouco depois de os militares assumirem o governo do país. A música foi lançada em 1974 por Elis Regina no LP Elis, no qual ela gravou outras composições dos dois. No dia 25 de agosto do mesmo ano, ela cantou essa música na inauguração do Teatro Bandeirantes. Comentário: Essa, que é a minha música preferida de Milton Nascimento e Fernando Brant, é na verdade um enorme ato de coragem tanto dos compositores quanto de Elis, que foi a primeira a gravar Conversando no Bar e cantá-la em público, em uma época em que a censura e a Ditadura Militar estavam em sua fase mais dura e, além disso, essa mesma Ditadura foi a responsável pelo fechamento da Panair para favorecer a companhia aérea

Repeteco: Aguenta Coração

A música do já consagrado cantor José Augusto, Aguenta Coração, foi o tema de abertura da novela Barriga de Aluguel, exibida pela Rede Globo em 1990, transformando – se no maior sucesso do cantor romântico, que até hoje canta a música em seus shows. A música retrata bem uma das principais tramas da novela: Clara, uma dançarina, serve de Barriga de Aluguel para a jogadora de vôlei Ana e o marido Zeca, que não podem ter filhos. No início, ela aceita carregar o filho do casal em sua barriga apenas por dinheiro, pois tem problemas financeiros, mas na medida em que a gravidez vai avançando, ela acaba se apegando a criança de tal forma que acaba lutando na justiça para ficar com ela. Barriga de Aluguel está sendo reprisada desde dezembro, de segunda a sexta, às 16h30 pelo Canal Viva.

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Saudosa Maloca Composta por José Rubinato, vulgo Adoniran Barbosa, em 1951, a música conta um fato que Adoniran testemunhou como repórter musical: a história de dois feirantes que foram despejados de um cortiço, cujo destino era a demolição. Na canção, três sem teto estão desesperados pelo fato de que a casa em que passaram os melhores dias de suas vidas seria demolida para que um prédio fosse construído em seu lugar, o que era bem comum naquela época. A música, que foi gravada por Adoniran ainda em 1951, só se tornou um grande sucesso após ser interpretada pelo grupo Demônios da Garoa, em 1955, que até hoje ainda é o maior divulgador da obra do compositor. Saudosa Maloca foi uma das músicas que Elis Regina cantou, com a participação de Adoniran em um especial da Rede Bandeirantes, exibido em 1978. Além disso, ela fez parte do repertório do LP Transversal do Tempo, lançado pela cantora também no ano de 1978. O vídeo abaixo o especial da Bandeirantes, de 1978, no qual Elis

Semana Tom Jobim

Sabiá A música de Chico Buarque e Tom Jobim, que representa até hoje um saudosismo da terra natal muito comum nos tempos do exílio, foi praticamente uma premonição do viria a acontecer no Brasil a partir de 1968, até mesmo com o próprio Chico Buarque. Sabiá também foi responsável pela única vez em que o já consagrado Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, vulgo Tom Jobim, pisou em um palco de Festival de Música Popular Brasileira, o que foi uma experiência desastrosa. Com uma concorrente altamente contrária a Ditadura Militar, a derrota da revolucionária Pra não dizer que não falei das flores, também conhecida como Caminhando, para Sabiá no III Festival  Internacional da Canção provocou um acesso de fúria tão grande no público que, quando Tom Jobim e Chico Buarque entraram no palco para acompanhar Cynara e Cybele na apresentação da música campeã, eles foram duramente vaiados, de modo que foi necessário que Geraldo Vandré, compositor da música que o público tanto se identific

Dica de Quinta: Ai Se Eu Te Pego

Apesar de ter sido lançado em Julho do ano passado, o pop sertanejo Ai Se Eu Te Pego, de Antonio Dyggs e   S haron Acioly,  ainda faz bastante sucesso, além de ter feito de Michel Telo rapidamente um astro internacional, principalmente pelo de fato de jogadores de Futebol comemorar gols dançando a música. O tenista Rafael Nadal também comemorou vitórias ao som de Ai Se Eu Te Pego. A música, que é o single do 3° álbum do cantor sertanejo, Michel na Balada, alcançou o topo de várias paradas de sucesso de outros países, como por exemplo, da Espanha, Holanda e Itália, ficou entre as dez da Suíça e é a música brasileira mais acessada do youtube, com mais de 100 milhões de visualizações. Entretanto, essa não é a versão original da música. A primeira, feita em 2008, foi uma versão funk composta por S haron Acioly , que também compôs o funk Dança do Quadrado. A música, que se tornou sucesso na região com o grupo Meninos do Seu Zeh, chamou a atenção do grupo de forró Cangaia do Jegue.

Elis & Tom

Águas de Março No dia em que Tom Jobim faria 85 anos, eu não poderia escolher outra música que não fosse Águas de Março para falar, até porque, com o perdão do trocadilho, ela foi um divisor de águas na carreira de Elis. Curiosamente, essa música foi composta numa época em que Tom Jobim estava depressivo, por conta da perseguição política que sofreu após se retirar, juntamente com os principais compositores da época, do sexto Festival Internacional da Canção, o FIC, organizado pela Rede Globo, que desde aquela época tinha relações muito boas com a Ditadura Militar. Além disso, ele também achava que mais ninguém ouvia seus discos. O esboço do que se tornaria a grande Águas de Março começou a ser feito no sítio de Tom, que ficava na Região Serrana do Rio de Janeiro. A letra definitiva terminou de feita quando ele voltou ao Rio, em apenas uma tarde. A música, que teve várias versões tanto no Brasil quanto no exterior, foi eleita como a melhor canção brasileira de todos os tempos,

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Maria, Maria A música, cujo título é um dos nomes mais comuns do Brasil, exalta a força presente na figura feminina em si, e que na letra as representa através da mulher que carrega esse nome, dizendo que ela “merece viver e amar como outra qualquer do planeta”. Conhecida como uma das mais famosas músicas da bem sucedida parceria entre Milton Nascimento e Fernando Brant, o título Maria, Maria também pode ser uma alusão à mãe de Jesus quanto a do próprio Milton Nascimento, que morreu quando ele tinha 4 anos. Entre as principais regravações dessa música, que foi lançada em 1978, está a de Elis Regina, que por acaso teve uma filha a quem deu o nome de Maria, só que acompanhado de Rita. Ela gravou essa música no LP Saudade do Brasil, de 1980, transformando-a em um dos maiores sucessos de sua carreira. Além disso, a música foi tema de abertura de uma novela também chamada Maria, Maria, que foi exibida pela Rede Globo em 1978. O vídeo abaixo mostra Elis Regina cantando Maria, Maria

Semana Tom Jobim

Garota de Ipanema A música, que até hoje é uma das famosas canções brasileiras no mundo, foi composta por Tom Jobim e Vinícius de Moraes em 1962, quando eles se inspiraram ao ver a modelo Helô Pinheiro andando de biquíni pela Praia de Ipanema. Curiosamente, a letra que conhecemos não é a original, uma vez que Vinícius já havia feito uma letra anteriormente, que não foi aprovada nem por ele e nem por Tom. Ao longo desses quase 50 anos de existência, Garota de Ipanema já ganhou outras versões (inclusive instrumental) e foi gravada por intérpretes de vários estilos, indo de Amy Winehouse a Frank Sinatra. Atualmente, a música, na voz de Daniel Jobim e Xuxa, é o tema de abertura da novela de Miguel Falabella, Aquele Beijo, que é exibida pela Rede Globo às 19h. O vídeo abaixo mostra imagens da apresentação que Tom, Vinícius e João Gilberto fizeram de Garota de Ipanema no Au Bon Gourmet em 2 de agosto de 1962.

Especial Tom Jobim

Em homenagem aos 85 anos que Tom Jobim faria na próxima quarta, dia 25, o Cardápio Musical terá a partir de amanhã  a Semana Tom Jobim, na qual eu postarei 10 músicas que transformaram Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim em um dos principais compositores da MPB.

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Romaria Uma das músicas mais famosas interpretadas por Elis Regina, Romaria, que foi composta por Renato Teixeira alguns anos da gravação da mesma por Elis, tem uma letra bem simples, mas que agrada as pessoas justamente pelo fato de não ser uma tentativa desesperada de chamar a atenção do mercado fonográfico. A letra da música se preocupou em retratar a história de uma pessoa que, depois de ter passado por diversos dissabores na vida, não tem perspectiva alguma para o futuro. Além disso, Renato Teixeira fez em Romaria o contraste da falta de crença numa vida melhor com a fé das pessoas que participam de romarias, que é o refúgio no qual o personagem tenta buscar um pouco de esperança. Algo bem típico da música sertaneja que o compositor já vinha abordando em outras letras, estilo que passou a adotar desde os primeiros anos da década de 1970. Para quem não sabe, Romaria é uma peregrinação feita geralmente para pedir, agradecer graças ou fazer promessas. Esse nome faz alusão à c

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Carinhoso Uma das músicas antigas mais famosas, Carinhoso tem uma história bem curiosa. A música foi escrita por Pixinguinha em 1917, mas ficou guardada cerca de 10 anos por conta de ser diferente dos outros choros, tendo duas partes ao invés de três e sendo classificada inicialmente por seu compositor como uma polca lenta. Antes de ganhar a letra que hoje conhecemos como um grande clássico, Carinhoso foi gravada como música instrumental 3 vezes e não era conhecida pelo público até a metade da década de 1930. A música finalmente ganhou sua letra em 1936, quando a atriz e cantora Heloísa Helena sugeriu a Braguinha que pusesse versos na canção instrumental Carinhoso para que pudesse se apresentar com ela em um espetáculo no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, promovido pela primeira dama com intenções beneficentes. Depois dessa apresentação, Carinhoso se tornou um clássico da MPB e foi gravada pela primeira vez em 1937, pelo já famoso Orlando Silva, sendo gravada mais de duz

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

O que foi feito devera Composta por Márcio Borges, Fernando Brant e Milton Nascimento, o que foi feito devera é uma das músicas que mais faz alusão ao período negro da Ditadura Militar, uma vez que os compositores deixam claro através do diálogo entre amigos que os sonhos foram juvenis foram perdidos. Além da perda dos sonhos, é possível perceber claramente que há a certeza de que os planos feitos no passado não se concretizaram, dando lugar a uma enorme sensação de vazio e, por mais que o personagem da música não admita, também de frustração. O que foi feito devera fez parte da novela Esperança, de 2002, e da minissérie Queridos Amigos, que se encaixa perfeitamente com a letra da música porque o protagonista buscava reunir os amigos da juventude e incentivá-los a resgatar os sonhos da juventude que eles abandonaram no passado e realizá-los na maturidade.  A música foi gravada por Elis Regina nos LPs Saudade do Brasil, Elis, ambos de 1980) e também no LP Trem Azul, que foi

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Doce de Pimenta Para homenagear a sua mais nova amiga de infância e também agradecê-la por ter sido a única pessoa a visitá-la quando estava na cadeia e dado total apoio após sua liberdade, Rita Lee escreveu, em parceria com o marido, Roberto de Carvalho, a música Doce de Pimenta para Elis Regina. Apesar de se conhecerem há muitos anos por conta de ambas terem participado de Festivais de Música que ocorreram na década de 1960, a princípio elas sequer se falavam, uma vez que Elis era contra a turma da qual Rita Lee fazia parte, chegando até mesmo a liderar uma passeata contra as guitarras elétricas em julho de 1967. Essa situação só mudou mesmo quando Rita, acusada de ter maconha em casa, foi presa em agosto de 1976, chegando a ter um princípio de aborto. E foi justamente nesse dia que Elis apareceu por lá em companhia dos filhos para defendê-la, exigindo que um médico fosse ver se está tudo bem com a mais nova amiga e seu bebê. Sabendo da péssima situação financeira em que

Um Dia

Acho que não é novidade para ninguém que hoje faz 30 anos que Elis Regina morreu e que todo mundo que mora no Brasil já ouviu pelo menos uma vez na vida uma música na voz dela. Por conta de datas redondas como essa, os principais jornais do país, emissoras de TV, rádio e até sites resolveram prestar sua homenagem – e se aproveitar disso atrair mais leitores e audiência, usando a desculpa de que precisa falar da importância da maior cantora do país na Música Popular Brasileira. Essa iniciativa poderia ser realmente apenas um gesto de incentivo à cultura, mas infelizmente não é. Se a mídia quer tanto ressaltar a importância de Elis Regina na música, porque só se lembrou de apresentá-la ao público quando fez 5, 10, 15, 20, 25 e agora 30 anos de sua morte? E porque também dá mais destaque ao lançamento de CDs remasterizados do que a própria história da cantora? Isso é algo que precisa ser repensado com urgência, antes que as pessoas esqueçam de vez que por trás de CDs, shows e matér

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Mestre Sala dos Mares Composta por João Bosco e Aldir Blanc, a música, que falava sobre a importância da Revolta da Chibata, enaltecia os piratas e também era uma homenagem a João Cândido, foi muito confundida com sambas-enredos e censurada, foi gravada no disco Elis, de 1974. Em 1985, a música, que a essa altura já era conhecida como um dos maiores sucessos da carreira de Elis Regina, se tornou tema do enredo “Noite do Navegante Negro”, da Escola de Samba carioca União da Ilha. Comentário: Mestre Sala dos Mares foi uma das músicas mais criticadas quando foi feito o Som Brasil em homenagem a Elis Regina, em 1997, por conta da escolha de Ivete Sangalo, até então uma mera cantora de axé, que de longe é um dos estilos musicais mais execrados não só pela mídia  especializada como também por boa parte do público (em especial os fãs de Elis) para interpretá-la. Entretanto, na minha opinião, Ivete não só fez uma boa interpretação como também não merece ser tão criticada por

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Nada será como antes  Gravada por Elis Regina em 1972, Nada Será Como Antes retrata a situação vivida pela população do país naquela época, pois não se podiam ter muitas notícias a respeito das pessoas que precisaram deixar o país e nem ideia de qual destino essas pessoas teriam. Curiosamente, uma das pessoas que fazia parte do grupo de exilados sem perspectiva de futuro era o irmão de um dos compositores de Nada Será Como Antes, que foi a principal inspiração de Ronaldo Bastos para escrever a letra da música, cuja melodia foi feita por Milton Nascimento. A música também foi o tema de abertura da minissérie Queridos Amigos, de 2008, só que na voz de Milton Nascimento. A música Nada Será Como Antes foi gravada em 3 LPs da Cantora: Me deixa em paz, Elis (ambos de 1972) e a coletânea O melhor de Elis (1979).  O vídeo abaixo mostra Elis Regina cantando essa música na quarta edição do programa Elis Regina Especial (1971).

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Aos Nossos Filhos Composta por Ivan Lins e Vitor Martins, essa, por conta de sua intensa carga emocional, é uma das músicas mais emocionantes que Elis cantou em sua carreira. Além de ter sido gravada por Elis Regina no LP Saudade do Brasil, ela teve uma versão anterior a essa interpretada pela cantora, que consistia em um vídeo e que fez parte de um especial para a Rede Bandeirantes, em 1978. A música é como se fosse uma carta aos filhos, pedindo-lhes perdão por todas as privações que eles passam por causa dos pais, o que provavelmente deve fazer alusão também aos artistas, já que os filhos deles não conseguem ter uma vida normal. Comentário: Essa é a música de Elis que mais mexe comigo, pois toda vez que a ouço, não tem como não pensar que a pessoa que eu estou ouvindo cantar infelizmente não teve a chance de terminar de ver o crescimento de seus três filhos. Apesar da morte de Elis ter acontecido enquanto os filhos dela ainda eram pequenos, essa música chegou a ter se

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Atrás da Porta  Uma das mais belas canções da Música Popular Brasileira, Atrás da Porta tem uma história bastante incomum. Ela, que foi a primeira parceria entre Chico Buarque e Francis Hime, nasceu em uma reunião de amigos, quando Francis, que morava nos Estados Unidos, veio passar férias no Brasil. Na verdade, essa é a história de uma apenas parte da música, pois Chico Buarque só conseguiu terminá-la após algum tempo, imediatamente depois de ouvir a primeira parte da letra na voz de Elis e ter uma crise de choro. Aliás, a relação entre a cantora e a música também foi bastante intensa, uma vez que ela passava por situação semelhante a da história contada na música em sua vida pessoal, pois havia acabado de se separar de seu primeiro marido, Ronaldo Bôscoli, e estava fragilizada por conta disso. Porém, existia uma diferença entre a história de Atrás da Porta e a sua: na época em que se separou, Elis não amava mais Ronaldo e sim o pianista César Camargo Mariano, que mais tar

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Madalena Apesar de não ser uma das gravações mais “recentes” de Elis Regina, Madalena é uma das músicas mais famosas em sua voz que o público lembra com carinho até hoje por ter sido um marco não só em sua carreira como também na de seus compositores. A música, que ficou marcada como o primeiro sucesso de Ivan Lins, foi composta por ele em parceria com Ronaldo Monteiro de Souza, sendo gravada por Elis pela primeira vez em 1970, em um compacto duplo que fez de Madalena um sucesso nacional. Aliás, compacto do qual também fazia parte a música Vou Deitar e Rolar, que eu postei há dois dias aqui no blog (Para ver o post da música, clique aqui: http://vitrinempb.blogspot.com/2012/01/30-musicas-de-elis-regina-que-entraram_12.html ). No ano seguinte, a já consagrada música fez parte do LP Ela junto com outra composição da dupla Ivan e Ronaldo, chamada “Ih! meu deus do céu”. Os três álbuns de Elis Regina dos quais Madalena fez parte na década de 1970. Quatro anos depois, Madale

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Amor até o fim  A música, que fala sobre o amor eterno e do quanto ele precisa ser bem cuidado para crescer e durar até o fim da vida, foi gravada por Elis Regina no disco anterior ao antológico Elis & Tom, ambos lançados em 1974. Anos mais tarde, mais precisamente em 1981, ela interpretou essa mesma música de maneira arrepiante com outra grande estrela da MPB, Gal Costa, quando esta a convidou para o especial do Série Grandes Nomes que levava seu nome, o “Maria da Graça Costa Penna Burgos”. E agora, uma curiosidade: 30 anos depois de Elis Regina ter interpretado Amor até o Fim no Festival de Jazz em Montreux (Suíça, em 20 de Julho de 1979), a filha dela, Maria Rita, fez um dueto com o compositor da música, Gilberto Gil, no DVD/ Álbum ao Vivo dele, que foi gravado no Teatro Bradesco do Shopping Bourbon, em  São Paulo. O vídeo a seguir mostra o dueto de Elis e Gal no Série Grandes Nomes, exibido pela Globo em março de 1981.

Repeteco: Mais um na Multidão

Composta por Carlinhos Brown e Erasmo Carlos, a música, que ficou conhecida na voz de Marisa Monte e   de Erasmo, foi o tema de abertura da primeira novela feita em parceria entre o SBT e a mexicana Televisa, Pícara Sonhadora, exibida em 2001 e que começou a ser reprisada pela segunda vez essa semana. Interpretada por Erasmo Carlos e Marisa Monte, a letra romântica da música combina tão perfeitamente com a história de amor dos protagonistas Mila e Alfredo que, além de ser a música de abertura da novela, também foi adotada como trilha sonora do casal. Além disso, o título da música também pode ser comparado à situação dos personagens, já que a história gira em torno do milionário Alfredo Rockfield , que se passa por apenas um funcionário da loja onde a humilde Mila trabalha, quando na verdade é o filho de um dos donos.

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Vou Deitar e Rolar A música, que é mais uma da parceria de Baden Powell e Paulo César Pinheiro, fala sobre uma espécie de vingança particular depois do término de um romance, com direito a deboche e também uma leve pontada de ciúmes Vou Deitar e Rolar foi gravada por Elis Regina em 1970 e, pelo que parece, ela pegou rápido o espírito da música, já que foi interpretada por ela em tom de provocação a Ronaldo Bôscoli dali em diante, uma vez que o casamento, que chegou ao fim 2 anos depois, já  não andava bem naquela época. Primeiramente, Vou Deitar e Rolar foi gravada para um compacto duplo e foi incluída posteriormente no LP Em Pleno Verão, lançado no mesmo ano.   Vou Deitar e Rolar, que fazia parte do compacto com as músicas Madalena, Fechado para balanço e  Falei e disse, foi incluída também no LP seguinte da cantora, Em Pleno Verão.  O vídeo abaixo mostra Elis cantando a música no primeiro programa mensal que apresentou na Rede Globo em 1971, o Elis Regina Especi

Dica de Quinta: Roda Viva

A música, que foi composta pelo já consagrado Chico Buarque em 1967 quando ele começava a escrever a peça de mesmo nome, terminou em 3° lugar no III Festival Música Popular Brasileira da TV Record, sendo interpretada por Chico Buarque, o MPB 4 e o Som Três. No ano seguinte, a peça Roda Viva, que foi dirigida por José Celso Martinez, se tornou um símbolo da violência da época, pois os integrantes do Comando de Caça aos Comunistas invadiram o teatro e, além de depredá-lo, espancaram o elenco da peça. Atualmente, a música, por fazer alusão a censura, ao exílio e a ditadura, é o tema de abertura da novela Amor e Revolução, cujo último capítulo vai ao ar amanhã e se passa nos primeiros anos da Ditadura Militar, que ficaram conhecidos como Anos de Chumbo.

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

A q u a r e l a d o B r a s i l Precursora do samba exaltação por ressaltar as qualidades do país e considerada uma das canções mais populares da história, Aquarela do Brasil foi composta por Ary Barroso em 1939, vindo a ser reconhecida mundialmente somente três anos depois, quando foi incluída na animação Saludos Amigos, da Disney. Apesar do sucesso, a música rendeu muitas críticas a seu compositor, pois por causa dos elogios feitos ao Brasil na música, ele foi acusado de ser a favor da Ditadura Vargas, que era o regime que estava em vigor naquela época. Mas, o que poucos sabem, é que o verso da música “terra de samba e pandeiro” foi censurado porque era considerado prejudicial à imagem do país, sendo necessário que o próprio Ary Barroso fosse ao Departamento de Imprensa e Propaganda, vulgo DIP, para convencer aos censores a manterem o verso. Entre as principais regravações desse clássico da música brasileira se destacam as de Carmen Miranda, Gal Costa e Elis Regina, sendo

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Travessia Composta em 1967 pela dupla Fernando Brant e Milton Nascimento para o II Festival Internacional da Canção (FIC), da Rede Globo, a música foi interpretada por um dos compositores na fase nacional da competição, Milton Nascimento, que se tornou a revelação do Festival por ter as três músicas que compôs selecionadas (Moro Velho, Travessia e Maria, Tenha Fé), conquistando o 2° lugar do Festival com Travessia. A ajuda de Elis foi fundamental para que Milton Nascimento se tornasse um compositor de sucesso, já que gravou várias músicas dele tanto sozinho quanto em parceria com Fernando Brant. Ela, que já havia gravado uma música de Milton Nascimento em um LP no ano anterior, Canção do Sal, gravou Travessia pela primeira vez no mesmo ano do FIC, 1967, em um compacto simples intitulado “Elis Regina” e, alguns anos depois voltou a gravá-la, desta vez no LP Elis (1974). O compacto gravado por Elis Regina em 1967 com a música e o LP Elis, de 1974, que, além de Travessia,

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

S i nging in the Rain A música, que se tornou mundialmente conhecida através da interpretação de Gene Kelly em “Cantando na Chuva” (1952), que é um dos musicais mais famosos do mundo cinematográfico, ganhou uma versão de Elis Regina durante o maior espetáculo de sua carreira, o Falso Brilhante (1975), no qual ela fez um Pout - Pourri com músicas que já eram conhecidas pelo público. Apesar de a música até hoje ser uma lenda por conta do belo número que o ator interpretou enquanto a cantava, a versão feita na voz de Elis conseguiu se tornar inesquecível tanto pra quem teve a sorte de assistir o show ao vivo como pra quem viu apenas no DVD. Além de Sing in The Rain, as outras músicas desse Pout - Pourri são Uno, Olhos Verdes, Volare (Nel Blu Dipinto di Blu), Hymne a l’ amour, la puerta, Gira, gira, Diz que tem, Canta Brasil, Aquarela do Brasil e O Guarani, do compositor campineiro Carlos Gomes. Comentário: Eu já gostava dessa música na voz do Gene Kelly, principalmente porq

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Aquele Abraço Conhecida até hoje como um clássico da Música Popular Brasileira por ser uma das mais belas músicas sobre a cidade do Rio de Janeiro, Aquele Abraço é uma composição feita por Gilberto Gil em 19 de fevereiro de 1969, quando ele estava dentro de um avião com destino a sua terra natal, Salvador. Ambientada em uma quarta feira de cinzas, a música de Gil cita personalidades, escolas de samba, time de futebol e bairros da cidade, dando destaque a Realengo, onde ficava a prisão em que ficara mais de 1 mês e ouvia dos soldados a expressão que dá título a música, que na época era um bordão do comediante Lilico. Entretanto, alguns afirmam que o abraço citado na música se refere aos braços abertos do Cristo Redentor. Além da homenagem que Gil fez à cidade, Aquele Abraço também ficou marcada por ter sido a última composição feita por ele antes de ir, junto com Caetano Veloso, para o exílio em Londres, de onde voltou em 1972. A música foi gravada por Elis Regina em 1970, n

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Black is Beautiful Gravada por Elis Regina no LP Ela, de 1971, a música composta pelos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle tinha o objetivo de mostrar que os negros não eram inferiores aos brancos (pelo contrário, dá a impressão de que são superiores) e, indiretamente, que é possível haver um relacionamento entre pessoas com cores de pele diferentes, pois a cor da pele é o que menos importa. Aliás, um bom exemplo de que o conteúdo da música pode ser aplicado sem o menor problema fora das letras de música é a história dos cantores Nana Caymmi e Gilberto Gil, que apesar de terem sofrido bastante preconceito pelo fato de ela ser branca e ele negro, foram casados por algum tempo, se separando por conflitos gerados por ciúmes. O vídeo abaixo mostra Elis Regina cantando essa música durante o primeiro Elis Especial, que foi um programa mensal que ela apresentou na Rede Globo entre setembro de 1971 a junho de 1972.

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Onze Fitas Lançada por Elis Regina no disco Saudade do Brasil, de 1980, a música de Fátima Guedes faz alusão à situação instalada no país naquela época quando se refere a um assassinato sem motivo aparente, pois durante esse período ainda era comum ocorrerem crimes desse tipo. Como essa música tinha conotação política, ela foi cortada da edição do programa musical Série Grandes Nomes estrelada por Elis Regina em 3 de Outubro daquele ano, sendo exibida pouco mais de um ano depois, em 6 de Novembro de 1981, em um programa que exibia somente trechos inéditos dos especiais do programa. Curiosamente, Onze Fitas também foi cortada do DVD desse especial, lançado em 2005 e, por esse motivo, infelizmente poucos sabem que ela também fazia parte do repertório daquele especial. Comentário: Ano passado, quando ganhei o DVD do Série Grandes Nomes no meu aniversário, eu não imaginava que uma das músicas que fazia parte do repertório havia sido censurada duas vezes, porque o ato de sim

Repeteco: Sexy Iemanjá

Composta por Pepeu Gomes, a Sexy Iemanjá foi a música de abertura do remake da novela Mulheres de Areia, que foi exibida originalmente em 1993 e está sendo reprisada agora pela Globo no Vale a pena ver de novo. Escrita por Ivani Ribeiro, a novela, cuja primeira versão foi exibida pela TV Tupi em 1977, conta a história das gêmeas Ruth e Raquel, que apesar de serem idênticas tem o caráter completamente diferente. Raquel prova o quanto é uma má pessoa ao ter atitudes bastante cruéis, como por exemplo, roubar o namorado da irmã e se casar com ele apenas por interesse e atormentar o escultor Tonho do Lua, que tem problemas mentais. Como a trama tem a cidade litorânea Pontal D’areia como pano de fundo, a música de Pepeu Gomes combinou perfeitamente com a história, pois assim como na novela, o mar tem bastante destaque. 

30 músicas de Elis Regina que entraram para a história

Gracias a la vida  Uma das composições mais famosas da chilena Violeta Parra é a canção folclórica "Gracias a la vida", que foi lançada em seu último disco, em 1966, e se tornou uma das músicas latinas mais regravadas da história. Entre os principais artistas que regravaram essa música, duas artistas em especial merecem destaque: a argentina Mercedes Sosa, que foi a primeira a regravá-la, em 1971, em um álbum dedicado a compositora da música, intitulado “Homenaje a Violeta Parra”. Como não poderia deixar de ser, a outra regravação da música que ganhou muita projeção foi a feita por Elis Regina em 1975, que fez parte do espetáculo mais importante de sua carreira, o Falso Brilhante, que ficou em cartaz de dezembro de 1975 a fevereiro de 1977. No ano seguinte, foi gravado em estúdio um álbum com algumas canções que faziam parte do  repertório do show, e Gracias a la vida foi uma das escolhidas. Diferentemente de Violeta Parra, o objetivo de Elis Regina ao gravar ess

Dica de Quinta: Cálice (Pitty)

Composta por Chico Buarque e Gilberto Gil numa época em que as várias vertentes da arte serviam como arma para protestar contra a Ditadura Militar que instalara no país em Março de 1964, Cálice é conhecida como um dos clássicos daquela época por conter mensagens subliminares condenando a censura e desabafando sobre o medo que tanto atormentava a população. Um fato que vale a pena ser contado é que a perseguição às músicas de protesto era tão grande que o som dos microfones de Chico Buarque e Gilberto Gil foi simplesmente cortado quando eles tentaram cantar essa música durante o Phono 73, que foi um festival realizado pela gravadora Phonogram no Anhembi, em maio de 1973. No início do ano passado, a música ganhou uma nova versão, gravada pela cantora Pitty, que faz parte da trilha sonora da novela Amor e Revolução, que aborda o período mais duro da Ditadura, que vai do Golpe de 1964 até a Revolta do Araguaia, em 1972, no qual as pessoas não podiam falar abertamente porque viviam am